Ode da Pobre Moça

Não tinha nada, não tinha dinheiro, não tinha mais o que fazer
A pobre moça, o dia inteiro, nada lhe dava mais prazer
Seu pai bebia, não aparecia e sua mãe só trabalhava.
Nada podia, nada devia, era só mais uma escrava.

Mas não desistia, pois já sabia, o que não iria querer
A pobre moça, pra sua vida, jurou que não ia mais sofrer
E estudou, amigos criou e suas metas já traçava
Era difícil, muito sofreu, mas resultados alcançava.

Desencorajada por tantos outros, ela não se deixou levar
A pobre moça seguia em frente, queria ter um belo lar,
Uma família que a amasse e um pouquinho de conforto
Ter um diploma, e seu trabalho, não ser mais um peso morto.

Até que um dia, já esperava, o seu pai não mais retornou
A pobre moça, desesperada, ditou na cama e pranteou
Em sua mãe buscou conforto mas ocorreu o que não esperou
A sua mãe foi violenta e pelo sumiço a culpou.

E viu sua mãe cair em desgraça e logo então se viciar
A pobre moça, sem nada a fazer logo caiu a prantear
E foi expulsa de sua casa logo por quem mais confiava
A sua mãe, já sem destino, a sua filha não amava.

E tinha tudo pra dar errado mas tal fato não se confirmou
A pobre moça achou acalanto e pra sua tia se mudou.
E logo cresceu, amadureceu, em seu corpo e sua mente
E tudo aquilo que aprendeu lhe deu um futuro decente.

E na faculdade logo entrou e a todos ela espantava
A pobre moça, e a verdade de seu passado lhes contava.
E logo então se destacou, era muito inteligente
Se dedicou de toda alma, não era nada negligente.

E não demorou a conquistar a meta tanto desejada
A pobre moça logo findou parte da meta almejada.
Mas enquanto todos iam a seus familiares abraçar
Não tinha ninguém a quem afagar somente metas a traçar.

Conseguiu emprego e seu dinheiro ela mesma conquistou
A pobre moça, tão dedicada, viu que aquilo lhe afastou
De sua vida despedaçada e seu passado sem amor
E a chama ardia em seu peito e um dia ela soltou o seu clamor.

Passou a ajudar a quem precisava e não tinha a quem recorrer
A pobre moça, agora forte, passou a eles acolher.
Sua honestidade e seu caráter de todos chamou atenção
Recebeu apoio, reconhecimento por toda sua dedicação.

E o tempo passava, e os anos viam, mas não podiam a abater
A pobre moça conquistou o mundo pondo todos a debater
O que fazer pra melhorar, dar mais atenção aos problemas
Daqueles que antes eram invisíveis, perdidos em meio a dilemas.

Foi ovacionada por defender e sua luta por bem estar
A pobre moça se sentia honrada por tanto poder ofertar
E o mundo todo ficou sabendo daquela que não conheciam
Pois pra sua luta e seu emblema as fronteiras transpareciam.

E se dedicou, e muito fez, para que muitos não passassem,
A pobre moça, superou seu passado para que dele não provassem.
E sua luta se desenvolveu e tantos passaram a lhe ajudar
Sempre unidos em um objetivo, a vida de todos melhorar.

Vieram os ventos, bateram as ondas e tanta força já não tinha
A pobre moça tanto lutou, mas uma hora ela definha
E veio a tristeza, ninguém esperava o que sucedeu.
E bem que lutou mas já não conseguia e deitada faleceu.

Deixou saudades e o mundo em luto, o povo que tanto a amava
A pobre moça não mais se ergueria e era só o que se falava.
Muitos vieram e lhe homenagearam e tanta lágrima rolou.
O seu legado, o exemplo, para sempre perdurou.

Já não mais vivia mas ainda assim jamais desapareceu
A pobre moça virou exemplo e o mundo jamais a esqueceu.
E o seu túmulo florido estava, mas o seu corpo não escondia
Pelo contrário rogou sua imagem que para sempre se estendia.

"Ode da Pobre Moça" é parte integrante da obra "Amores e Dissabores - Uma Antologia Poética" que pode ser adquirida no sistema "pague o quanto quiser" em http://diariodocontista.blogspot.com.br/p/publicacoes.html



Copyright © 2015. Rodrigo Chedid Nogared Rossi
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