Os sinos da catedral badalam
Anunciando que o dia não mais
virá
E as trevas serão eternas.
Arco-íris de fogo rasgam o céu
E com eles se vão as esperanças
de paz.
O mar é vermelho,
Das bicas não mais jorra água,
Apenas sangue.
Onde antes se avistava a luz,
Restam apenas trevas.
Onde antes se avistava florestas,
Resta apenas fogo.
Onde antes se avistava água,
Resta apenas sangue.
Onde antes se avistava vida
Resta apenas morte.
A lua não mais inspira os poetas,
Apenas ilumina a dor e o
sofrimento
Dos que ainda podem avistá-la.
E a linda donzela
Que a todos encantava com sua
beleza,
Não passa mais de lembrança
Na mente dos oprimidos.
Pelas ruas não vaga mais alegria,
Apenas soldadinho de brinquedo
Se fingindo de gente,
Cujo corpo ainda pode estar se
movendo
Mas cuja alma já não mais vive
faz tempo.
Lágrimas não mais escorre,
As pessoas já não mais vivem,
Apenas existem.
Indecisos rebanhos humanos vagam
sem destino
Tentando encontrar o que já não
mais se acha.
Uns gritam, outros correm.
Há até os que ainda consiga
raciocinar
Mas pensar para quê, no quê e por
quê?
Há os que já desistiram,
Há os que ainda têm esperança;
E, veja só,
Há até mesmo quem diga que venceu,
Porém o que se clama vencedor
Nada mais é que o maior
derrotado.
"Guerra" é parte integrante da obra "Amores e Dissabores - Uma Antologia Poética" que pode ser adquirida no sistema "pague o quanto quiser" em http://diariodocontista.blogspot.com.br/p/publicacoes.html
Copyright © 2015. Rodrigo Chedid Nogared Rossi
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