Elegia da Bela Menina



Andava sem rumo sem saber por quê
A bela menina a levar seu buquê.
O que não sabia nem ao certo previa
É que no caminho mais nada havia.

Perdida na vida perdeu seu encanto
A bela menina a buscar acalanto.
E quando sozinha resolveu chorar
Não mais havia a quem lamentar.

Sozinha no mundo de nada valia
A bela menina e sua vã regalia
Que um dia lhe trouxe um grande valor
Mas só lhe sobrou um grande dissabor.

Achava um dia que tudo podia
A bela menina em sua ousadia.
Caiu em desgosto sem se defender
Por que nem sabia o que pretender.

Poder um dia, parece que tinha
A bela menina que estava sozinha
De que vale agora aquela riqueza?
De que vale agora essa falsa beleza?

Um dia amor de verdade possuía
A bela menina, mas não o sabia
Almejava tanto riquezas buscar
Que a própria essência deixou de encarar.


Perdeu-se aos poucos sem dar atenção
A bela menina perdeu sua razão.
Enquanto a riqueza lhe trazia gosto
Não via a si mesmo cair em desgosto.

Em sua visão era uma princesa
A bela menina que já estava presa
Naquele mundinho em que construiu
Que não perdurou e se destruiu.

E o amor de verdade que um dia possuía
A bela menina em sua fantasia
Perdeu-se aos poucos por não dar valor
Foi abandonada em meio ao clamor.

Mas não foi pra sempre o seu poder
A bela menina o que iria fazer?
Quando esvaziou-se tudo que ela tinha
Sumiram todos e se viu sozinha.

Tentou então em vão poder encontrar
A bela menina alguém para amar
Pois os que o faziam sem condição
Haviam partido já há um tempão.

Então sem ninguém a lhe consolar
A bela menina já não tinha lar.
Decidiu então de todos se vingar
E com uma navalha o pescoço cortar.

E com tanto sangue que lhe escorreu
A bela menina caiu e morreu
Mas sua vingança não conseguira
Ninguém dava bola àquela que caíra.


Ninguém entendia aquele alvoroço
A bela menina cortou seu pescoço
Virou nada mais que curiosidade
Sequer uma nota no jornal da cidade.

Em meio a fotos e tanta fofoca
A bela menina já não mais sufoca
Enfiada num saco e num camburão
Seus planos futuros já não existirão

E já deitada em seu caixão
A bela menina era só ilusão
E só quem veio prestar condolência
Aqueles que a amaram em sua essência.

Não foi rainha e nem foi princesa
A bela menina morreu de tristeza
Pensou da realeza ser, tinha esperança
Mas debaixo da terra sequer é lembrança.

"Elegia da Bela Menina" é parte integrante da obra "Amores e Dissabores - Uma Antologia Poética" que pode ser adquirida no sistema "pague o quanto quiser" em http://diariodocontista.blogspot.com.br/p/publicacoes.html



Copyright © 2015. Rodrigo Chedid Nogared Rossi
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